27.05.21

Ecoturismo no lugar da agropecuária? Confira o que rolou na reunião do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

Reunião aconteceu na tarde desse sábado, dia 15 de maio de 2021, e teve como tema a “Preservação ambiental e produção mercadológica”

Ecoturismo no lugar da agropecuária? Confira o que rolou na reunião do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

Por: Guilherme Cronemberger Castelo Branco de Sampaio

Após muitas discussões e propostas, a reunião do PNUD chegou ao fim com benefícios para todos os envolvidos. Entre os principais pontos do relatório final, aprovado por unanimidade, estão um investimento para a preservação da floresta Amazônica, a punição para pessoas que excedam o permitido de emissão de co2 e a substituição da agropecuária brasileira pelo ecoturismo. A sessão ainda contou com uma notícia que poderia desestabilizar a reunião, mas as delegadas conseguiram contornar tal situação sem maior acaloramento no debate.

A reunião começou com os países fazendo seus discursos iniciais, onde apresentaram suas condições e o que esperavam da reunião. O tom amistoso e colaborativo dessas falas permaneceu praticamente durante todo o tempo. Uma fala interessante dos discursos iniciais foi da delegada costarriquenha Ana Lívia Silva Castro Souza, que afirmou: “A preservação ambiental está no DNA costarriquenho”.

Com o término dos discursos iniciais começaram as negociações e propostas. A delegada do Brasil, Maria Ravena Machado de Castro, após ouvir e apresentar algumas sugestões, propôs uma aliança com a Costa Rica, onde o país da América Central forneceria transportes elétricos ao Brasil (visando reduzir a emissão de gases poluentes) e em troca receberia insumos para produzir mercadorias sustentáveis. A delegada brasileira também ofereceu um acordo com a Colômbia, onde o Brasil receberia minérios colombianos extraídos de forma sustentável e em troca forneceria energia elétrica sustentável. Colômbia e Costa Rica se posicionaram a favor de tal acordo.

Nessa etapa da reunião também tivemos a delgada norte-americana, Maria Vitória Grahm-bellia de Carvalho Sousa, afirmando que doaria recursos financeiros para o Brasil cuidar da Amazônia, fiscalizando o território para prevenir queimadas e o desmatamento. Em troca gostaria de que a nação sul-americana lhe fornecesse energia limpa para o país trocar sua matriz energética, que atualmente depende muito de combustíveis fósseis.

Notícia ameaça desestabilizar clima pacífico

Como foi anteriormente citado, o ambiente era bem pacífico e amistoso, porém uma notícia ameaçou acalorar o debate. A confira na íntegra:

Essa informação trouxe uma instabilidade temporária, mas a situação logo se estabilizou e as delegadas procuraram formas de contornar o problema apresentado. A delegada da Colômbia, Eduarda Borges Gomes Moura Sousa, foi a primeira a oferecer ajuda financeira para preservar a floresta Amazônica do território brasileiro, sua ação foi acompanhada por Estados Unidos e França. A contrapartida brasileira para garantir a tais países que a verba deles realmente iria para a causa ambiental foi uma fiscalização tripla, onde o dinheiro e as ações desenvolvidas serão fiscalizadas pelos políticos, pela população e por órgãos ambientais. A primeira sessão acabou após tais acertos.

O DNA costarriquenho e ecoturismo se espalhando pelo mundo

A 2ª sessão começou com a delegada francesa, Maria Victoria de Andrade Albuquerque, solicitando que a fiscalização da verba investida no Brasil para a preservação ambiental seja fiscalizada mensalmente para dar maiores garantias aos países investidores. A delegada francesa também levantou a discussão da emissão de CO2, perguntando ao Brasil quais possíveis formas de se reduzir isso.

Essa última se tornou a principal pauta da 2ª sessão, contando com ideias e colaboração de todas às delegações. Dentre todas as ideias sugeridas a mais ousada e revolucionária foi proposta pela delegada costarriquenha, Ana Lívia Silva Castro Souza. Ela propôs ao Brasil uma substituição da agropecuária pelo ecoturismo como uma forma de reduzir os impactos ambientais provocados pelo desmatamento e queimadas realizadas para limpar territórios e criar gado ou cultivar monoculturas.

Tal substituição também pareceu uma boa ideia para a delegação estadunidense, que entrou no acordo firmado entre Brasil e Costa Rica. A partir dele ficou estabelecido que a Costa Rica vai enviar equipes técnicas para ensinem as equipes brasileiras e estadunidenses a trabalharem com o ecoturismo.

Já pensando no impacto dessa substituição as delegações aprovaram que essa mudança da agropecuária pelo ecoturismo deve ser acompanhada por campanhas educacionais e midiáticas que mostrem a população as vantagens de tal medida. Outro ponto levantado foi o de capacitar os profissionais que atualmente trabalham com a agropecuária para que estejam aptos a trabalharem com o ecoturismo.

Por fim as delgadas aprovaram um endurecimento na pena para quem produzir mais CO2 que o permitido. Essa medida visa penalizar duramente as pessoas e empresas poluentes, incentivando um maior respeitarem ao meio ambiente, nem que seja apenas para reduzirem danos financeiros.

Após o fim da reunião procuramos a delegada brasileira, Maria Ravena Machado de Castro, para que comentasse o que achou dos acordos selados, sobre isso ela afirmou:

“Os acordos resultantes da reunião foram de extrema produtividade, conseguimos traçar ganhos multilaterais, e esperamos que haja uma mitigação dos problemas existentes. Meu país obteve ganhos em relação à ajuda financeira de países presentes na reunião, para lidar com problemas existentes no meu território, isso foi essencial, pois essa ajuda é importantíssima! Além de que conseguimos parcerias para possíveis atividades de ecoturismo, visto que o Brasil é um país que possui um imenso potencial nessa área. Além de que conseguimos esclarecer os objetivos das nossas alianças de maneira pacífica”.

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