A importância de valorizar, integrar, desenvolver e aprender habilidades socioemocionais
O desenvolvimento de competências socioemocionais e cognitivas é uma necessidade para o século XXI, expressa na Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
A prática educativa inaciana, adotada nos colégios Diocesano Infantil e Diocesano, propõe um modo consciente de habitar o mundo. Sempre em busca de aprimorar a excelência acadêmica e humana, as instituições desenvolvem, por meio de ações planejadas e sistemáticas, o projeto Vidahs, que tem como objetivo promover o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, como a sigla indica: valorizar, integrar, desenvolver e aprender habilidades socioemocionais.
O projeto é realizado pelo Serviço de Psicologia Educacional (SPE), em parceria com professores, e ocorre de forma interdisciplinar, relacionando o conteúdo das aulas às competências socioemocionais que devem ser desenvolvidas pelos estudantes. As atividades contemplam turmas do Infantil II à 3ª série do Ensino Médio.
O desenvolvimento de competências socioemocionais e cognitivas é uma necessidade para o século XXI, expressa na Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Cada etapa da vida possui necessidades específicas, por isso o SPE personaliza as atividades desenvolvidas.
Na Educação Infantil e no 1º ano do Ensino Fundamental, o projeto é desenvolvido com as crianças por meio de músicas, vídeos, atividades de registro e rodas de conversa. No Infantil II, foram trabalhadas as habilidades de autocontrole e expressividade emocional e, no 1º ano do Ensino Fundamental, o foco foi a habilidade de civilidade.
A partir de cada habilidade são desenvolvidas ações informativas, participativas e cooperativas. No Infantil II, foram realizadas atividades de identificação e reconhecimento das emoções, por meio de mímicas e debates sobre filmes. Já no 1º ano do Ensino Fundamental, foram trabalhadas as palavras por favor, com licença e obrigado e a necessidade de realizar ações de gentileza no dia-a-dia. “A proposta é auxiliar as crianças a entenderem as regras sociais e a boa convivência em sociedade, para que elas possam aplicar em suas vivências sociais e em diferentes contextos, proporcionando relações saudáveis e de qualidade”, afirma a psicóloga educacional do Colégio Diocesano Infantil Cássia Dias.
Reconhecendo emoções
“São Tantas Emoções” foi a primeira atividade do Vidahs realizada com as turmas de 2º ano do Ensino Fundamental. Ela foi estruturada para ajudar as crianças a nomearem e reconhecerem emoções e expressões faciais de emoções básicas como o medo, a alegria, a tristeza, a raiva e o nojo. Utilizando recursos lúdicos, como fantoches, balões e imagens com expressões que revelam essas emoções básicas, as crianças puderam compartilhar suas ideias, experiências e expressarem situações nas quais essas emoções estão mais presentes.
“Foi interessante para que as crianças compreendessem a importância e a variedade de emoções que as pessoas expressam. Elas conseguiram dizer, por exemplo, o quanto se sentem tristes quando perdem um bichinho de estimação ou o quão alegre se sentem quando comemoram o aniversário ou tiram boas notas”, comenta a psicóloga educacional do 2º e 3º anos do Ensino Fundamental, Denise Martins.
Em relação ao 3º ano do Ensino Fundamental, as atividades são planejadas para favorecer as habilidades de fazer amizades, resolução de problemas que acontecem com crianças dessa faixa etária e de relacionamentos interpessoais. “A amizade pode ser entendida como fator de proteção e com benefícios indiscutíveis para prevenção ao bullying”, argumenta a psicóloga.
Crianças participam de roda de conversa do Projeto Vidahs.
Transição entre a infância e a adolescência
Em busca de potencializar as habilidades de autoconhecimento, empatia e assertividade, são realizadas atividades aliando teoria e prática, por meio de dinâmicas de aprendizado em grupo.
De acordo com o psicólogo educacional do 4º ao 6º ano do Ensino Fundamental, Felipe Salem, a proposta do Vidahs para o segmento é fortalecer as habilidades citadas, a fim de proporcionar relações mais harmoniosas nesse período de transição entre a infância e a adolescência. Por meio de atividades como a Caixa do Afeto e o Dado das Emoções, os estudantes vivenciam momentos de validação dos próprios sentimentos, escuta não punitiva e treino assertivo.
Relações interpessoais saudáveis
No 7º ano do Ensino Fundamental, foram trabalhadas as competências autoconhecimento e empatia. O objetivo foi proporcionar o autoconhecimento e a administração das emoções, favorecer a compreensão de comportamentos e sentimentos envolvidos na fase da adolescência, mediar o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis e produtivas e facilitar o desenvolvimento da empatia.
Já no 8º ano do Ensino Fundamental, foram trabalhadas as competências automotivação e relacionamentos interpessoais. A proposta é que os estudantes possam reconhecer as próprias qualidades e as qualidades dos outros, compreender e desenvolver autoestima e confiança e mediar o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis e produtivas.
No 9º ano do Ensino Fundamental, por meio de textos reflexivos, foram trabalhadas as competências assertividade, escolhas e relacionamentos interpessoais. Os alunos também produziram a caixa dos afetos e questionários de auto-observação.
De acordo com a psicóloga educacional do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Fernanda Feitosa, o Projeto Vidahs atua no segmento para “intervir e investir na aquisição de habilidades sociais dos adolescentes, potencializando suas competências sociais, emocionais e, consequentemente, acadêmicas”.
A escuta, a empatia e o respeito
Na 1ª série do Ensino Médio, são provocadas reflexões para autoconhecimento. Quem sou eu, o que é que eu gosto, qual é a minha identidade e como vou formá-la são algumas das indagações propostas aos estudantes. São desenvolvidas atividades em grupo abordando temas como resolução de conflitos e bullying no intuito de melhorar as relações pessoais e promover o respeito e a cultura de paz.
As turmas da 2ª série do Ensino Médio trabalharam com o pote da felicidade, que consiste em retirar frases reflexivas de um pote diariamente e tentar vivenciar o que está escrito no papel. Além dessa atividade, discutiram sobre bullying, dificuldade de comunicação e saúde mental.
A intenção é promover mudanças de comportamento, na prática. “A proposta do colégio foi: façam um projeto que seja a cara do Diocesano. Foi aprovado o projeto Vidahs”, comenta a psicóloga educacional da 1ª e 2ª séries do Ensino Médio, Renata Laís Forte.
Por meio de dinâmicas, momentos expositivos e rodas de conversa, o projeto Vidahs é trabalhado com as turmas de 3ª série do Ensino Médio. O objetivo é refletir sobre autoconhecimento, reconhecimento e manejo das emoções.
De acordo com a psicóloga educacional da 3ª série do Ensino Médio, Lorenna Munise, uma das atividades que os estudantes mais gostam é a Roda dos Afetos. “É atividade em que trabalhamos a importância da escuta, da empatia e do respeito pelos demais”, afirma.
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