24.11.15

Padre Florêncio Lecchi, depois de passar meio século em Teresina, partiu para a casa do Pai!


Ele nasceu, em Bérgamo, na Itália, a 02 de janeiro de 1928. Cursou a Escola Fundamental e Média, aí, em sua cidade. De 1946 a 1948, frequentou a Escola de Química Industrial, em Novara, Itália.
A 12 de novembro de 1948, ingressou no Noviciado, em Lonigo, Vicenza, Itália. Aí, realizou também o Juniorado.
De 1953 a 1956, frequentou a Filosofia, em Gallarate, Varese, Itália, exerce o Magistério, em sua cidade natal, de 1956 a 1958.
Em setembro de 1958, com outros companheiros, partiu para o Brasil, e até o fim daquele ano, ocupou-se no aprendizado da língua portuguesa.
De 1959 a 1962, vamos encontrá-lo frequentando a Faculdade de Teologia Cristo Rei, em São Leopoldo, RS, Brasil. Lá mesmo, recebeu a ordenação sacerdotal, no dia 08 de dezembro de 1961.
Em 1963, depois de concluir o Curso de Teologia, foi destinado à Terceira Provação, em Três Poços, Barra do Piraí, RJ, Brasil.
Em 1964, finalmente, recebeu a destinação para integrar a Equipe do Colégio São Francisco de Sales (também conhecido por Diocesano), em Teresina, PI, Brasil. No dia 02 de fevereiro de 1965, emitiu seus Últimos Votos.
Em Teresina, o Padre Florêncio, começou, seu apostolado como professor de Química e de Religião, além de responsável pelo Laboratório de Química, que foi organizando, durante anos e anos, até se tornar uma referência na Cidade. Nos fins de semana, durante décadas, ele também colaborava, na pastoral, em algumas paróquias da vizinhança.
Já faz algum tempo, porém, que ele tinha deixado de exercer a função de professor, em sala de aula, embora continuasse a dar atendimento em seu gabinete, situado perto do Laboratório. Ali, recebia frequentes visitas dos antigos alunos que, mesmo recordando-se de sua notória severidade, nas aulas, reconheciam, com saudade, a eficácia de seu método pedagógico e a oportunidade de seus conselhos.
De fato, seu aspecto exterior e seu trato, às vezes um tanto brusco, num primeiro momento, acabavam provocando um certo distanciamento cautelar, mas, para os que dele se aproximavam, a sensação experimentada era aquela de lidar com uma pessoa sensível e solidária. E mesmo os que tiveram de decorar o “Canto do Tamoio” de Gonçalves Dias, como “penitência” por ter faltado a alguma aula, se recordam desse episódio com saudade e simpatia, pois mais que pela severidade, ele os impressionava pela coerência entre o discurso e a vida que conduzia.
Nos últimos anos, ele também acompanhava um fervoroso grupo dos Devotos do Padre Pio.
E, mesmo em ritmo mais lento, ele continuava sua rotina de atendimentos, até que, nos primeiros meses deste ano, foram detectados sinais preocupantes com relação a sua saúde. Ainda participou, no início de abril, da Concelebração de Ação de Graças pela canonização de José de Anchieta, na Catedral, mas naquela mesma noite, manifestou sintomas de febre alta e mente confusa. Detectou-se depois que estava com dengue. Essa doença o deixou acamado, com o corpo todo dolorido e, de aí para a frente, foi só um ir e vir ao hospital e à UTI, com o surgimento ainda de uma pneumonia que veio a agravar-lhe o quadro. Ele porém permaneceu lúcido, recebia a comunhão e, muitas vezes acompanhava a recitação das laudes e das vésperas. Repetia, com frequência algumas jaculatórias, como “In te, Domine, speravi, non confundar in aeternum” (Em ti, Senhor, esperei, não serei jamais confundido!).
No dia 23 de agosto, amanheceu muito debilitado, mas, mesmo assim, ainda pôde receber a comunhão (meia partícula). Foi levado, pela última vez, à UTI, entubado e dopado. Às 22h30, após duas paradas cardíacas, nosso irmão partiu para o encontro definitivo com o Pai.
Seu corpo foi velado na Capela do Colégio, onde foram celebradas duas missas, com grande participação de ex-alunos e amigos. A última, presidiu-a o Arcebispo emérito de Teresina, Dom Miguel Fenelon Câmara Filho, amigo fraterno do Pe. Florêncio. A capela ficou lotada de fieis e ornada por bem quinze coroas de flores, entre as quais, uma do Governador atual e outra, do anterior.
Já a Missa de Sétimo Dia foi celebrada, na última quinta-feira, 05 de setembro, às 19 horas, na Catedral de Teresina. Estavam presentes companheiros jesuítas, Dom Miguel Fenelon Câmara, padres da Diocese, amigos e ex-alunos que prestaram homenagem ao mestre.
Agora, Padre Florêncio, já na dimensão de Deus, intercede pela Companhia e pela Igreja, que tanto serviu e amou!
Por P. Geraldo Coelho, sj, com a contribuição do P. Baronio, sj.

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