24.06.21

O fim da guerra: após muito diálogo e acordos, enfim foi colocado um ponto final na Guerra das Coreias.

O fim da guerra: após muito diálogo e acordos, enfim foi colocado um ponto final na Guerra das Coreias.

Por: Maria Clara Fiúza e Maria Beatriz Moura

Na tarde do dia 27 de julho de 1953 foi realizada a Conferência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), visando pôr fim à Guerra das Coreias. Após muitas discussões foi selado um acordo de paz entre as nações, com supervisão e divisão dos territórios das Coreias a partir do Paralelo 38. Também ficou acordada a punição dos culpados por crimes de guerra e a prestação de reparação aos danos causados às populações dos países envolvidos com a criação de um fundo bancário e indenizações.

O comitê reuniu países de grande expressão no contexto mundial. Eram eles: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Estados Unidos, Reino Unido, China, Japão, França, Alemanha Oriental, República da Coreia (Coreia do Sul), República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte) e República Socialista Federativa da Iugoslávia. O objetivo da reunião era solucionar o conflito iniciado em 1950, após a invasão de tropas norte-coreanas (socialista) coordenadas pelo primeiro-ministro Kim Il-sung ao território sul coreano (capitalista).

Junto ao tratado de paz a ser assinado entre as Repúblicas das Coreias, foi proposta a criação de uma Comissão de Supervisão para assegurar seu cumprimento com membros neutros escolhidos pela ONU e fiscalizações mensais. Ficou definida também a divisão dos territórios pelo Paralelo 38, linha imaginária que fica 38 graus ao leste da linha do Equador. Essa divisão havia sido sugerida como divisão da região pela primeira vez em 1896 pelo império japonês com o objetivo de evitar conflitos com o império russo, porém não havia sido incluída em nenhum acordo formal até então.

Com o intuito de proporcionar ajuda na reconstrução econômica da República da Coreia, a delegada da Iugoslávia, Ana Daysi, propôs a criação de um fundo bancário que seria responsável pela distribuição de doações financeiras advindas das outras nações envolvidas no comitê. A sede deste fundo ainda será definida, mas os dois países propostos para sediar foram o Reino Unido ou a França. Vale ressaltar que a fiscalização deste fundo será feita pela Organização das Nações Unidas.

Além da retratação com a formação de fundação monetária, também foi decidido que era preciso punir os culpados por crimes de guerra. Assim ficou acordado o julgamento em solo norte coreano do general estadunidense Douglas MacArthur e do Comando do Extremo Oriente dos Estados Unidos, por invasão à República Popular Democrática da Coreia como forma de justiça, com o CSNU como mediador. Além disso, haverá a indenização por parte da República Popular Democrática da Coreia em relação à República da Coreia, tendo em vista danos econômicos e sociais.

Após a reunião a agência de comunicação entrou em contato com os delegados do Japão, Mário Martins Neto, e da República Popular Democrática da Coreia, Ivan de Carvalho Moura, para que esclarecessem alguns pontos para a reportagem. Confira abaixo a entrevista:

Entrevista com Mário Martins Neto, delegado japonês:

Agência de Comunicação – O senhor delegado afirma que o principal causador da guerra não foram as diferenças ideológicas do capitalismo e comunismo. O que o senhor acredita que tenha sido o maior causador desse conflito?

Mário Martins – Como dito na reunião, creio que os principais causadores da guerra não foi o conflito ideológico entre União Soviética e Estados Unidos. Digo isso pelo fato de que de primeiro momento a União Soviética queria evitar um ataque a Coreia do Sul e os Estados Unidos só entraram na guerra com objetivos primários de defesa. A nação que de fato iniciou os primeiros ataques foi a Coreia do Norte, isso depois de muita pressão feita na União Soviética para que os ataques fossem permitidos.

Agência de Comunicação – Senhor delegado, o senhor sugeriu que a sede de fundo bancário ficasse situada nos Estados Unidos. Por qual razão o senhor acredita que essa seria a nação mais adequada para sediar essa instituição?

Mário Martins – Até esse momento do debate já estávamos acordados sobre um acordo de paz, com a confiança entre países restabelecidas. E, na minha visão, o fundo seria uma sede física, então qual lugar melhor que um fundo bancário pode ficar que não os Estados Unidos? País esse que possui a maior economia do mundo, sendo lá o centro das operações econômicas mundiais.

Entrevista com Ivan de Carvalho Moura, delegado norte-coreano:

Agência de Comunicação – Durante toda a reunião o senhor afirmou que a principal questão que causou a guerra foram as ideologias contrárias, capitalismo e comunismo. O senhor delegado acredita que a melhor solução seria implementar somente um dos dois sistemas ou aplicar uma síntese entre eles?

Ivan de Carvalho Moura – Entendo que a questão coreana foi uma tentativa de integração sob um mesmo governo, primeiro pelo norte e depois pelo sul. Entende-se que as nações não estão prontas para dialogar tal alteração em seus sistemas políticos, como prova disso temos o atrito entre Estados Unidos e União Soviética e a impossibilidade da delegação norte coreana em concordar com a abertura política (um tanto extrema) proposta pelo Estados Unidos na primeira sessão. Por outro lado, a cooperação entre os delegados no decorrer da reunião, que concordaram em trabalhar evitando conflitos tendo em vista o eixo político-econômico das nações (além do grande sucesso do comitê ao assinar um Tratado de paz) me fazer crer que em um futuro não tão distante essa proposta pode sim ser viável.

Agência de Comunicação – O senhor propôs a criação de uma cidade monumento ou um museu da paz, o senhor delegado acredita que poderia evitar conflitos posteriores como uma forma de lembrete?

Ivan de Carvalho Moura – Atuar como lembrete tanto da horrorosa guerra, quanto da bela resolução, seria justamente o objetivo da proposta. Entretanto, devido à falta de apoio da comunidade internacional, a Coreia do Norte passou a acreditar que seria mais oportuno discutir tal construção em outra oportunidade junto ao Governo Sul Coreano

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